sábado, 4 de abril de 2009

Desafeta de De Sanctis assume corregedoria

Desembargadora Suzana Camargo foi eleita para posto da Justiça Federal da 3ª Região, onde tramitam procedimentos contra o juiz

Após o juiz soltar Dantas pela 2ª vez, na Satiagraha, ela ligou para Mendes e avisou que o gabinete dele estava sendo monitorado

FREDERICO VASCONCELOS
FLÁVIO FERREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A desembargadora Suzana Camargo, que se envolveu em uma polêmica com o juiz federal Fausto De Sanctis, foi eleita anteontem corregedora da Justiça Federal da 3ª Região.
Suzana vai assumir a corregedoria na qual já tramitam dois procedimentos em relação a De Sanctis, por suposto desrespeito a decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).
Em julho de 2008, De Sanctis determinou duas vezes a prisão do banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity. Após a segunda decisão, Suzana conversou com o juiz. Em seguida, a desembargadora ligou para o presidente do Supremo, Gilmar Mendes, e avisou que o gabinete dele estava sendo monitorado, segundo afirmou o próprio Mendes.
Após o episódio, De Sanctis levou ao Ministério Público uma queixa em que acusa Suzana de ter ofendido sua honra.
A eleição da nova corregedora, a curto prazo, não deverá ter repercussão em relação aos procedimentos contra o juiz.
Suzana só assumirá a corregedoria em maio e o julgamento sobre o pedido de abertura dos processos disciplinares contra De Sanctis deverá ocorrer no dia 15 de abril.
Após tomar posse, a desembargadora poderá se declarar impedida de atuar nos casos que envolvem o juiz De Sanctis, em virtude da relação conflituosa com o juiz. Indagada sobre tal possibilidade, Suzana disse que não pode antecipar sua posição e só vai se manifestar sobre o tema nos autos.
Porém, se depender da desembargadora, ela não vai ficar no cargo por muito tempo.
Suzana quer, na verdade, a presidência do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, posto que perdeu para o desembargador Paulo Octávio Baptista Pereira, após eleição realizada anteontem.
Suzana vai contestar no Supremo os critérios do pleito, que teve um placar de 21 votos de desembargadores para Baptista Pereira e 17 para ela.
Baptista Pereira é ligado a Marli Ferreira, a atual presidente do tribunal. Suzana, que lidera o grupo de oposição, alegará que seu oponente não poderia concorrer por haver exercido por quatro anos cargos de direção no TRF-3.
Antes da votação, Suzana leu longa impugnação, sustentando que a eleição representava "outra patente afronta à autoridade das decisões do STF".

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