quinta-feira, 30 de julho de 2009

Vamos entender melhor esse jogo de hipocrisias na campanha contra José Sarney.

1. A Folha traz uma denúncia de empréstimos do BNB (Banco do Nordeste do Brasil) à TV Mirante, dos Sarney. A dívida está sendo questionada na Justiça, devido às cláusulas de correção cambial. O empréstimo foi concedido pelo BNB na gestão Byron, indicado pelo senador Tasso Jereissatti e homem de confiança do Ministro da Fazenda Pedro Malan. Questionamento na Justiça significa o banco contra Sarney, não necessariamente irregularidades cometidas na concessão do empréstimo.

2. Todos esses vícios de Sarney fazem parte de usos e costumes do Legislativo. Praticamente todos os senadores foram beneficiados por nomeações de parentes e outras benesses do poder. Mas a campanha é focada nele, não nas saídas para reduzir esse tipo de vício das práticas políticas brasileiras.

3. O governo Sarney marcou o auge do poder de Roberto Marinho. Não havia uma indicação de Ministro que não passasse por Marinho, conforme amplamente conhecido. Foi nesse período que a TV Mirante, de Sarney, conseguiu a concessão da Globo (assim como a TV de ACM). E a Globo conseguiu apoio irrestrito da Telebras.

4. No governo Sarney, a Folha se aproximou dele de tal maneira que lhe concedeu vinte anos de coluna no espaço nobre da página 2.

5. Agora que José Sarney ameaça renunciar, matéria da Folha mostrando a cúpula tucana (FHC, Serra e Aécio) tentando se aproximar dele. Renunciando, os ataques contra ele cessarão na hora, como cessaram contra Renan.

6. Em sua coluna de hoje, Clóvis Rossi fala em “um certo estilo de Máfia”. Coloco o raciocínio do Rossi, deixando entre parêntesis opções de personagens que se adequam ao raciocínio.

“O problema é que Renan (a mídia) não ameaça Virgílio (Sarney) porque este violou a ética, mas porque o PSDB (PMDB) está entrando com a sua própria representação (aliança) contra José Sarney (José Serra), de quem Renan (a mídia) é cão de guarda. Em outras palavras, é o típico aviso mafioso: você não entra no meu território que eu deixo seus trambiques em paz”.



Estas campanhas falsamente moralistas são um desserviço para a política brasileira.

Não se discute o sistema, mas os personagens, porque é mais fácil novelizar, romantizar e vender manchetes além, lógico, de facilitar a escolha de mocinhos e bandidos, que como veremos é o que mais interessa.

Ou seja: transforma-se uma questão sistêmica em questão moral. Faz-se acreditar que “se fossem outros” não aconteceria o mesmo, e mesmo que aconteça (como neste caso o Arthur Virgílio) minimiza-se porque não se enquadra na novela que se quer constituir.

Se analisássemos o sistema politico brasileiro, veríamos as interrelações entre as instituições públicas e privadas, incliuindo a midia, as relações entre os poderes, as relações entre os partidos, grandes e pequenos, as funções que cada personagem deve desempenhar para que seja um elemento-posição do sistema.

Veríamos que teríamos muito o que corrigir, para levar este país à maturidade política, à racionalidade administrativa.

Mas não. Isso não importa, porque acabaria com oportunidades “interessantes” no futuro.

Em relação aos jornalistas, temos nas redações dois tipos de profissionais: aqueles mais hábeis, frequentadores assíduos do aquário, sabem perfeitamente que estão fazendo parte do jogo, que estão novelizando o caso, porque lhes interessa.

E temos uma mão de obra de cabresto, com muita dificuldade de enfrentar uma análise mais complexa. O déficit de informação é evidente e mostra porque a maioria dos jornalistas tem enorme dificuldade de efetuar uma avaliação mais distanciada, mais racional de todo este processo.

O desserviço está no fato de que enquanto se discutem estas questões pelo ponto de vista moral, deixa-se de discuti-las sob embasamento técnico, político-administrativo, o que levaria o país a superar tais problemas.

Em outras palavras: não se discutem os modos de correção do sistema, porque interessa àqueles - incluindo a grande imprensa - que praticam o falso moralismo usufruir do sistema num futuro que se espera próximo.

Em suma, parodiando Nelson Rodrigues, o moralismo é a último refúgio dos canalhas.

sábado, 25 de julho de 2009

Viva a Midia Latinamericana, pois ela é muito Democratica

O cenário da batalha na América Latina está nítido: de um lado, elites conservadoras e grupos de mídia que querem manter seu poderio econômico e político; de outro, governos progresssitas empenhados em reverter a exclusão social provocada por décadas de neoliberalismo. Pela primeira vez, está sendo contestada a absurda concentração dos setores de informação e entretenimento nas mãos de um reduzido número de corporações.

Os governos da Venezuela, da Bolívia e do Equador estão travando duras pelejas contra as violentas campanhas orquestradas, cujo objetivo é o de impedir mudanças nas regras de concessão de canais de rádio e televisão, as joias da coroa em termos de faturamento.

No Brasil, as turbulências entre mídia e governo federal são menos intensas, o que talvez se explique pela hesitação do presidente Lula em alterar a anacrônica legislação de radiodifusão. Lula parece temer a artilharia dos grupos midiáticos.

Quando resolveu enfrentar os surrados argumentos contra um suposto dirigismo que afetaria a liberdade de expressão, conseguiu criar a TV Brasil. Nem a programação depecionante da TV Brasil faz diminuir as resistências, pois, no fundo, o que os adversários desejam desqualificar é um tipo de comunicação não mercantilizada e mais favorável à diversidade cultural.

Dênis de Moraes acaba de lançar o livro A Batalha da Mídia, pela editora Pão e Rosa

Banqueiro se projetou no governo FHC




O empresário Daniel Valente Dantas, 54, ganhou projeção nacional com as privatizações do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), do qual se aproximou graças a seus laços com o grupo do líder baiano Antonio Carlos Magalhães (DEM).
Filho de um empresário amigo de ACM, cursou engenharia na UFBA e fez mestrado e doutorado em economia na FGV do Rio, onde virou discípulo de Mário Henrique Simonsen. Fez especialização no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) e, de volta ao Brasil, trabalhou no Bradesco e no Icatu. No governo Itamar Franco, aproximou-se dos tucanos e deixou o Icatu.
Com recursos do Citigroup, montou o CVC Opportunity e atraiu fundos de pensão e a Telecom Italia. No leilão da Telebrás, adquiriu a Tele Centro Sul (Brasil Telecom), mas entrou em choque com os sócios -que o responsabilizaram por práticas de espionagem que atingiram até ministros de Lula.
Em 2005, o Citigroup afastou o Opportunity da gestão do CVC Opportunity (que controlava BrT, Telemig Celular, Amazônia Celular e o Metrô do Rio), e Dantas perdeu o controle das empresas. Ele também foi indiciado em inquérito da Polícia Federal sobre a espionagem contra a Telecom Italia.
As investigações levaram à Operação Satiagraha, em 2008. Dantas chegou a ser preso duas vezes e foi condenado a dez anos de prisão, em primeira instância, acusado de corromper um delegado da PF -o que ele nega.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Virgílio registra quarta denúncia contra Sarney no Senado

BRASÍLIA - O líder do PSDB, senador Arthur Virglio (AM), oficializou, no Conselho de Ética da Casa, sua quarta denúncia contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). A denúncia é fundamentada em reportagem do Estado, que revelou diálogos gravados pela Polícia Federal em que Sarney aparece negociando um emprego no Senado para o namorado de sua neta, que acabou contratado por um ato secreto, sem concurso.


COMENTARIO

Por que Arthur Virgílio não criticou Sarney na época do governo FHC? Por que não o fez durante o governo daqual ele fez parte? Que moral tem Arthur Virgílio para criticar Sarney? É sabido que todos os governos anteriores confraternizar com os mesmos setores há décadas. É evidente que Sarney é indefensável. Mas na verdade, não há um projeto político, de longo prazo, mas sim um projeto de poder — tanto de um lado quanto de outro –, que faz com que aquele que representaria as aspirações populares, para se manter no poder, tenha de se submeter àquela parcela da política brasileira que representa os elementos mais retrógrados do Brasil: o clientelismo, o populismo, o patrimonialismo, em suma, a privatização do público em benefício do privado. Enfim, o caso de Sarney é mais grave porque revelou diálogos gravados pela Polícia Federal em que Sarney aparece negociando um emprego no Senado para o namorado de sua neta. Mas não é segredo para ninguém que o patrimonialismo sempre fez parte da política de nossas elites governantes. Nunca foi segredo pra ninguém que a Filha de FHC era funcionária fantasma do Senado.

domingo, 19 de julho de 2009

Olha você errado Clóvis Rossi

CLÓVIS ROSSI

É proibido silenciar

SÃO PAULO - Uma vez, anos atrás, um acadêmico norte-americano especializado em América Latina (o nome se perdeu nas brumas da memória) comentou comigo que a palavra "accountability" não tem tradução fiel, precisa, nem em português nem em espanhol.
O sentido mais próximo é "prestação de contas". Mas não alcança o mais profundo do conceito, que é o de introjetar a obrigação de render contas de seus atos, especialmente se se é agente público.
Posto de outra forma: o funcionário público, de qualquer calibre, tem marcada na alma a certeza de que deve explicações ao público, mesmo quando o público não as esteja pedindo.
É essa consciência, indispensável à construção da República, que o senador José Sarney demonstra não possuir, ao recorrer a uma frase de Sêneca para calar-se. Essa história de combater o que chama de "injustiça" com "o silêncio, a paciência e o tempo" não passa de fuga às suas responsabilidades e de traição ao conceito de "accountability" que ele, como funcionário público da mais alta graduação, deveria ser o primeiro a defender.
De quebra, Sarney refugia-se na velhíssima e fajutíssima tese de perseguição da mídia. Não, senador, é perseguição dos fatos, e enquanto eles não forem total e definitivamente explicados, continuarão a persegui-lo, no Maranhão, em Brasília, onde for.
É essa fuga à "accountability" que explica os parlamentares que se lixam para a opinião pública. Ela paga os salários de todo esse "band of brothers", mas eles não se sentem compelidos a dizer ao púbico o que fazem, o que só aumenta a suspeita de que o que fazem só cabe mesmo em BOs.
O caso de Sarney é mais grave porque tem um espaço semanal, aqui ao lado, em que poderia dar todas as explicações sem ser interrompido por perguntas. Prefere mudar de assunto. Sempre.


comentario

Diz o editorial da Folha de São Paulo que o presidente Lula lidera as investidas ostensivas contra a opinião pública, ao apadrinhar o que há de mais atrasado nas práticas políticas nacionais. Puxa! Somente agora a Folha de São Paulo descobriu que o presidente do Senado faz parte do que tem de mais atrasado nas práticas política nacionais?

Diz o colunista Clovis Rossi que o silencio de Sarney não passa de fuga às suas responsabilidades e de traição ao conceito de "accountability" que ele, como funcionário público da mais alta graduação, deveria ser o primeiro a defender. Estas são as palavras de um jornalista e colunista da Folha de São Paulo. Entretanto, percebe - se que não há inocente nesta historia, visto que Sarney está no cenário político, há décadas, sem que ninguém nunca ousasse a contestá-lo, sobretudo a imprensa da qual ele também é colunista. Por que não fez isso antes? Por que não o fez durante o governo FHC que levou a breca o Brasil TRÊS VEZES!

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Doação ilegal pode gerar multa milionária

Procuradoria cobra R$ 390 milhões de empresas e pessoas físicas que excederam limite permitido no Código Eleitoral

Representações no TRE têm como alvo as campanhas de 2006; cerca de mil empresas e 1.500 pessoas teriam feito doação além do permitido




A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo, órgão do Ministério Público Federal, protocolou 2.500 representações no TRE (Tribunal Regional Eleitoral) paulista para cobrar cerca de R$ 390 milhões em multas de empresas e pessoas que financiaram candidatos e comitês eleitorais no ano de 2006.
A devassa é inédita em uma eleição no país. A Procuradoria acusa os doadores de terem excedido o limite de valores de contribuições fixado pelo Código Eleitoral -2% do faturamento bruto do ano anterior à eleição, no caso de pessoas jurídicas, e 10% dos rendimentos brutos, para as pessoas físicas.
As representações, elaboradas pelo procurador regional eleitoral Luiz Carlos Gonçalves, pedem que os acusados sejam condenados ao pagamento de multa dez vezes maior que as quantias que extrapolaram o limite e sejam proibidos de contratar com o poder público pelo prazo de cinco anos.
A Folha teve acesso aos nomes de todos os representados na Justiça Eleitoral de São Paulo. São cerca de 1.500 pessoas físicas e mil empresas. A Procuradoria afirma que as contribuições além do limite ultrapassaram R$ 39 milhões. Ainda há 850 casos sob investigação no órgão.
Na lista dos dez doadores que mais excederam o teto estão nove empresas e a AIB (Associação Imobiliária Brasileira), associação ligada ao Secovi-SP que integra a lista do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de suspeitos de financiamento ilegal de campanha.
Esse grupo é composto pelo Banco Mercantil de São Paulo, incorporado pelo Bradesco no final de 2006, duas empresas ligadas ao grupo Safra, a Embraer, a Heber Participações, holding controladora do Grupo Bertin, e a VR3 Participações, titular de participação acionária no grupo Carlos Lyra.
A pessoa jurídica que encabeça essa lista doou R$ 6,2 milhões além do limite, e poderá receber multa de R$ 62 milhões, segundo a Procuradoria. O órgão não informou a ordem das empresas no ranking de doadoras para não violar os seus sigilos fiscais.
Os candidatos beneficiados por doações sob suspeita incluem senadores, deputados federais e campanhas presidenciais, tanto a vitoriosa, da reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quanto a de Geraldo Alckmin (PSDB-SP).
O comitê financeiro de Lula recebeu, em 2006, R$ 500 mil da empresa de táxi aéreo Interavia, que pertence ao grupo Votorantim, e mais R$ 400 mil da empreiteira Consulvix. A Folha localizou uma entidade de classe, o CNC (Conselho Nacional do Café), que intermediou R$ 286 mil para campanhas de deputados federais.
Segundo o procurador Gonçalves, também serão verificadas suspeitas de doações feitas por empresas-fantasma. "Em alguns casos, encontramos empresas que não operam regularmente no ambiente econômico. Há indícios de que elas são de fachada, constituídas para fazer doações de quem não quer aparecer ou quem está proibido a doar", disse.
Há situações em que até os candidatos poderão ser punidos, afirmou o procurador. "As doações com indícios de ilicitude mais grave podem repercutir para os candidatos. Se houver elementos de que um candidato conhecia a impossibilidade de o doador contribuir, até os os eleitos podem ser responsabilizados por captação ou gastos ilícitos de recursos".

Cruzamento de dados
Os nomes dos doadores foram obtidos a partir de um trabalho conjunto do TSE e da Receita Federal, originado de um ofício enviado, em 2006, pelo então presidente do tribunal, Marco Aurélio de Mello. Na atual gestão na presidência do TSE, Carlos Ayres Britto enviou novo ofício à Receita para adoção do mesmo procedimento sobre o pleito de 2008.
Segundo o TSE, o cruzamento vinha sendo realizado pelo tribunal desde 2001, mas só ganhou corpo a partir de 2006, quando foi criada uma espécie de cadastro nacional de doadores, que possibilitou identificar as doações feitas pela mesma pessoa ou empresa a vários candidatos, de diferentes Estados e cargos em disputa.
"A medida objetiva verificar o cumprimento da lei e possibilitar a eventual aplicação de multa eleitoral aos infratores. A multa varia de 5 a 10 vezes o valor extrapolante do limite da doação. A pessoa jurídica também pode ficar proibida de participar de licitações públicas e de celebrar contratos com o poder público por cinco anos", afirmou, por e-mail, o presidente do TSE, Carlos Ayres de Britto.

sábado, 11 de julho de 2009

Guerra de facções para tomar o controle do Senado

Em São Paulo a facção criminosa dona do pedaço é uma somente, o PCC, porque o seu arqui-rival o CRBC ja não comanda mais nada. Criado e alimentado dentro do sistema prisional e debaixo do nariz dos seguidos governos demo-tucanos.

No Rio de Janeiro existem 3 facções: o Comando Vermelho, o Terceiro Comando, e a ADA (Amigos dos Amigos).

O Comando Vermelho surgiu como o PCC, ainda na época do regime militar, quando concentraram criminosos perigosos no extinto presídio da Ilha Grande, com o nome de Falange Vermelha.

O Comando Vermelho deteve o monopólio do narcotráfico durante uns tempos, como o PCC em São Paulo faz hoje, depois surgiram dissidências dentro da própria facção dando origem às outras.

As 3 facções do Rio de Janeiro travam guerras entre si, para tomar "bocas de fumo" das outras, como se toma território.

Há poucos anos atrás, a Polícia do Rio de Janeiro, durante um período, fez forte repressão de forma seletiva, apenas nas "bocas" do tráfico do Comando Vermelho.

Nos jornais saía a notícia de que a polícia estava debelando o tráfico, mostrando apreensão de drogas, armas, contabilizando mortos e presos. Desta forma o governo de plantão (se não me engano aconteceu no governo Garotinho) saciava a opinião pública preocupada com a criminalidade e violência.

Mas a realidade parecia ser bem outra.

A polícia quando fazia incursões nos pontos do Comando Vermelho, não ocupava a área permanentemente. Debelava aquele grupo armado de traficantes naquele local, "limpando a área". Quando a polícia saía, imediatamente travava-se uma nova ocupação por outra facção rival para tomar aquele ponto, que estava sem "dono".

Quem se beneficiava eram as facções rivais do Comando Vermelho, pois este estava mais enfraquecido pela própria ação policial, frente aos rivais, que eram poupados pela polícia.

Desta forma, a criminalidade naquela área não era erradicada coisa nenhuma. Apenas mudava de mãos.

A estranha "coincidência" de fazer incursões continuadas apenas contra o Comando Vermelho, despertou a suspeita de que segmentos da própria polícia estaria sendo subornada pelas outras facções.

O quadro no Senado hoje é muito semelhante ao das facções acima. Em vez de facções criminosas do narcotráfico, são as facções políticas oligárquicas.

O PMDB não tem o monopólio das práticas políticas corrompidas do Brasil arcaico, escoradas no uso do dinheiro público do Senado para proveito político e econômico próprio. Por mais que Sarney tenha contas a ajustar com seu passado na justiça, o grupo maior responsável pelas práticas corrompidas no Senado encontra-se na facção do DEMos.

Não é possível falar mal do Senado apenas demonizando Sarney, sem chamar à responsabilidade Efraim Moraes (DEMos/PB).

Se Sarney esteve ligado à Edemar Cid Ferreira, Heráclito Fortes foi umbilicalmente ligado à Daniel Dantas. O PSDB também tem seu enorme quinhão de responsabilidade. Arthur Virgílio é de uma oligarquia política do Amazonas, e tomou empréstimo com o próprio Agaciel Maia. Cícero Lucena é oligarca da Paraíba, Flexa Ribeiro representa o equivalente à FIESP do Pará. José Agripino Maia é o Sarney do Rio Grande do Norte. ACM Jr é o herdeiro de ACM. Tasso Jeireissati também é filho de Senador, oligarca do Ceará. Perillo não é novidade política, é herdeiro político de Henrique Santillo. O iFHC gasta 10 vezes mais para fazer o que a Fundação Sarney gasta para fazer trabalho semelhante, e o iFHC ainda tem contas no Fundo Opportunity de Daniel Dantas.

Todos da facção demo-tucana tem seus escândalos acorbertados à exaustão, pois são os atuais "amigos" da imprensa, como Sarney já foi no passado. Tanto que os escândalos de Sarney, retirados da gaveta pela imprensa, retroagem ao passado.

Os senadores do PT estão pagando uma conta que não é sua. Não fazem parte de nenhuma facção, mas também não tem número para desalojar as demais facções, sem que, ao combater uma, enfraqueça a outra.
Por isso os senadores do PT não tem escolha a não ser atacar o sistema de fazer política oligárquico que leva à existência destas facções no Senado como um todo, sem aceitar a fulanização.

Deixem a fulanização para o Ministério Público, onde cada um, inclusive Senadores, respondem por seus atos.

É preciso lembrar que diversos senadores da oposição já respondem processos e denúncias do MP: Marconi Perillo, Eduardo Azeredo, e tantos outros.

Ao personalizarem os problemas do Senado na eleição interna passada de Tião Viana contra Sarney, perdem oportunidade de marcarem posição correta e fazerem a diferença, forçando reformas moralizadoras. E reformas independente de ocupar cargos de direção do Senado, porque um senador ou bancada pode apresentar individualmente projeto e cobrar da oposição apóio da oposição. Caso não apoiem, denunciem à exaustão a falta de apoio. A blogosfera se encarrega de fazer correr a notícia que a imprensa golpista tentará esconder.

Por outro lado não podem simplesmente entregar a presidência do Senado para a facção demo-tucana, porque, neste caso o PT cometerá dois erros. Apenas trocará de mãos os atuais problemas do Senado sem corrigí-los, e a oposição, que já controla a mídia, controlará a agenda de escândalos do Senado abafando suas mazelas e amplificando as tapiocas dos petistas, e ameaçando os peemedebistas para atraí-los. Esse conjunto da obra dará à oposição a capacidade de paralisar o governo do PT (de Lula).

Perdem espaço também os Senadores do PT ao não fazerem o discurso Político de combate à todas as práticas oligarcas e a todos os oligarcas, sobretudo os piores que estão na oposição, quando se submeteram à pauta escolhida pela imprensa, demonizando apenas um nome.

A imprensa quando ataca única e exclusivamente Sarney pelas mazelas do Senado, como se seu simples licenciamento da presidência do Senado restabelecesse a moralidade da casa, está fazendo o papel que a polícia corrupta do Rio de Janeiro fez em determinado momento.

Está "limpando a área" para outra facção igual ou pior ocupar o lugar, e dane-se o povo e o interesse público.

A imprensa enfraquece o PMDB para fortalecer a oposição, e por tabela, quer desgastar o PT ao associá-lo ao PMDB. Daí que o PT precisa contra-atacar a oposição, colando as mazelas que a imprensa denuncia apenas contra o PMDB aos demais responsáveis por elas: o DEMos e o PSDB.

O que o interesse público quer é a faxina ampla e geral do Senado. Ninguém ficará satisfeito (a não ser a oposição) com o mero afastamento de Sarney para outro oligarca político demo-tucano lidar com a corrupção do jeito que sempre fizeram: jogar um perfuminho por cima da sujeira, para encobrir o mau cheiro do Senado, sob amplo aplauso cínico da imprensa, como se a moralidade estivesse restabelecida.

Como ninguém acredita que os Senadores terão a grandeza de dissolverem essa legislatura, renunciando coletivamente (do senador ao último suplente) para convocar novas eleições, como acontece no parlamentarismo quando há crises, o melhor que se pode fazer é exigir o mesmo rigor que está se exigindo de Sarney, dos demais membros da facção rival.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Nova pane prejudica usuários do Speedy


Telefônica admite problemas em acesso à internet, mas não revela quantos dos 2,6 milhões de clientes foram afetados

Relatos apontam que a falha começou por volta das 13h e atingiu várias regiões do Estado; empresa nega queda total do serviço

DA REPORTAGEM LOCAL

O Speedy, serviço da Telefônica de acesso à internet em banda larga, voltou a apresentar problemas na tarde de ontem. Até a conclusão desta edição, a empresa não havia informado a extensão da nova pane.
Informou, porém, que no começo da noite haviam cessado as reclamações por parte dos clientes. Relatos de usuários apontam que a falha começou por volta das 13h e atingiu várias regiões do Estado, onde há 2,6 milhões de clientes.
A Telefônica disse ter detectado uma "instabilidade em parte da infraestrutura da rede que dá suporte ao acesso à internet", o que "pode ter provocado dificuldade de navegação para grupos de usuários".
A empresa afirmou, no entanto, que a falha não era similar às anteriores, quando houve queda total do funcionamento do serviço.

ProibiçãoBR> Desde a semana passada, a Telefônica está proibida pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) de comercializar novos pacotes de acesso à internet em razão de uma série de problemas ocorridos desde o ano passado.
Na sexta-feira, a direção da empresa apresentou à Anatel um plano de investimento de aproximadamente R$ 70 milhões para tentar melhorar o produto oferecido ao usuário e, com isso, suspender o veto à comercialização do serviço. Esse pacote ainda está sendo analisado, de acordo com a agência reguladora.
A Anatel também comunicou ter sido informada do novo problema em São Paulo, mas alegou que não podia dizer qual era a extensão da falha.
Equipes do órgão regulador estavam apurando o ocorrido, de acordo com a agência, e não havia prazo para essa investigação ser concluída e divulgada ao público.

Sem multa
Também ontem o procurador Márcio Schusterschitz da Silva Araújo, do Ministério Público Federal (Consumidor e Ordem Econômica) de São Paulo, encaminhou à Telefônica a recomendação de não cobrar multa por quebra de cláusula de fidelidade aos clientes que que queiram cancelar o Speedy.
A Telefônica informou não ter recebido oficialmente o documento, mas disse que irá responder aos questionamentos do Ministério Público dentro prazo estabelecido (dez dias) e que estava "trabalhando intensamente" para melhorar o produto oferecido "aos seus 2,6 milhões de clientes do Speedy".

COMENTARIO

Que moral a Telefônica possuie para cobra a quebra de contrato, visto que ela (Telefônica), é quem quebrou o contrato reiteradamente.