sábado, 11 de julho de 2009

Guerra de facções para tomar o controle do Senado

Em São Paulo a facção criminosa dona do pedaço é uma somente, o PCC, porque o seu arqui-rival o CRBC ja não comanda mais nada. Criado e alimentado dentro do sistema prisional e debaixo do nariz dos seguidos governos demo-tucanos.

No Rio de Janeiro existem 3 facções: o Comando Vermelho, o Terceiro Comando, e a ADA (Amigos dos Amigos).

O Comando Vermelho surgiu como o PCC, ainda na época do regime militar, quando concentraram criminosos perigosos no extinto presídio da Ilha Grande, com o nome de Falange Vermelha.

O Comando Vermelho deteve o monopólio do narcotráfico durante uns tempos, como o PCC em São Paulo faz hoje, depois surgiram dissidências dentro da própria facção dando origem às outras.

As 3 facções do Rio de Janeiro travam guerras entre si, para tomar "bocas de fumo" das outras, como se toma território.

Há poucos anos atrás, a Polícia do Rio de Janeiro, durante um período, fez forte repressão de forma seletiva, apenas nas "bocas" do tráfico do Comando Vermelho.

Nos jornais saía a notícia de que a polícia estava debelando o tráfico, mostrando apreensão de drogas, armas, contabilizando mortos e presos. Desta forma o governo de plantão (se não me engano aconteceu no governo Garotinho) saciava a opinião pública preocupada com a criminalidade e violência.

Mas a realidade parecia ser bem outra.

A polícia quando fazia incursões nos pontos do Comando Vermelho, não ocupava a área permanentemente. Debelava aquele grupo armado de traficantes naquele local, "limpando a área". Quando a polícia saía, imediatamente travava-se uma nova ocupação por outra facção rival para tomar aquele ponto, que estava sem "dono".

Quem se beneficiava eram as facções rivais do Comando Vermelho, pois este estava mais enfraquecido pela própria ação policial, frente aos rivais, que eram poupados pela polícia.

Desta forma, a criminalidade naquela área não era erradicada coisa nenhuma. Apenas mudava de mãos.

A estranha "coincidência" de fazer incursões continuadas apenas contra o Comando Vermelho, despertou a suspeita de que segmentos da própria polícia estaria sendo subornada pelas outras facções.

O quadro no Senado hoje é muito semelhante ao das facções acima. Em vez de facções criminosas do narcotráfico, são as facções políticas oligárquicas.

O PMDB não tem o monopólio das práticas políticas corrompidas do Brasil arcaico, escoradas no uso do dinheiro público do Senado para proveito político e econômico próprio. Por mais que Sarney tenha contas a ajustar com seu passado na justiça, o grupo maior responsável pelas práticas corrompidas no Senado encontra-se na facção do DEMos.

Não é possível falar mal do Senado apenas demonizando Sarney, sem chamar à responsabilidade Efraim Moraes (DEMos/PB).

Se Sarney esteve ligado à Edemar Cid Ferreira, Heráclito Fortes foi umbilicalmente ligado à Daniel Dantas. O PSDB também tem seu enorme quinhão de responsabilidade. Arthur Virgílio é de uma oligarquia política do Amazonas, e tomou empréstimo com o próprio Agaciel Maia. Cícero Lucena é oligarca da Paraíba, Flexa Ribeiro representa o equivalente à FIESP do Pará. José Agripino Maia é o Sarney do Rio Grande do Norte. ACM Jr é o herdeiro de ACM. Tasso Jeireissati também é filho de Senador, oligarca do Ceará. Perillo não é novidade política, é herdeiro político de Henrique Santillo. O iFHC gasta 10 vezes mais para fazer o que a Fundação Sarney gasta para fazer trabalho semelhante, e o iFHC ainda tem contas no Fundo Opportunity de Daniel Dantas.

Todos da facção demo-tucana tem seus escândalos acorbertados à exaustão, pois são os atuais "amigos" da imprensa, como Sarney já foi no passado. Tanto que os escândalos de Sarney, retirados da gaveta pela imprensa, retroagem ao passado.

Os senadores do PT estão pagando uma conta que não é sua. Não fazem parte de nenhuma facção, mas também não tem número para desalojar as demais facções, sem que, ao combater uma, enfraqueça a outra.
Por isso os senadores do PT não tem escolha a não ser atacar o sistema de fazer política oligárquico que leva à existência destas facções no Senado como um todo, sem aceitar a fulanização.

Deixem a fulanização para o Ministério Público, onde cada um, inclusive Senadores, respondem por seus atos.

É preciso lembrar que diversos senadores da oposição já respondem processos e denúncias do MP: Marconi Perillo, Eduardo Azeredo, e tantos outros.

Ao personalizarem os problemas do Senado na eleição interna passada de Tião Viana contra Sarney, perdem oportunidade de marcarem posição correta e fazerem a diferença, forçando reformas moralizadoras. E reformas independente de ocupar cargos de direção do Senado, porque um senador ou bancada pode apresentar individualmente projeto e cobrar da oposição apóio da oposição. Caso não apoiem, denunciem à exaustão a falta de apoio. A blogosfera se encarrega de fazer correr a notícia que a imprensa golpista tentará esconder.

Por outro lado não podem simplesmente entregar a presidência do Senado para a facção demo-tucana, porque, neste caso o PT cometerá dois erros. Apenas trocará de mãos os atuais problemas do Senado sem corrigí-los, e a oposição, que já controla a mídia, controlará a agenda de escândalos do Senado abafando suas mazelas e amplificando as tapiocas dos petistas, e ameaçando os peemedebistas para atraí-los. Esse conjunto da obra dará à oposição a capacidade de paralisar o governo do PT (de Lula).

Perdem espaço também os Senadores do PT ao não fazerem o discurso Político de combate à todas as práticas oligarcas e a todos os oligarcas, sobretudo os piores que estão na oposição, quando se submeteram à pauta escolhida pela imprensa, demonizando apenas um nome.

A imprensa quando ataca única e exclusivamente Sarney pelas mazelas do Senado, como se seu simples licenciamento da presidência do Senado restabelecesse a moralidade da casa, está fazendo o papel que a polícia corrupta do Rio de Janeiro fez em determinado momento.

Está "limpando a área" para outra facção igual ou pior ocupar o lugar, e dane-se o povo e o interesse público.

A imprensa enfraquece o PMDB para fortalecer a oposição, e por tabela, quer desgastar o PT ao associá-lo ao PMDB. Daí que o PT precisa contra-atacar a oposição, colando as mazelas que a imprensa denuncia apenas contra o PMDB aos demais responsáveis por elas: o DEMos e o PSDB.

O que o interesse público quer é a faxina ampla e geral do Senado. Ninguém ficará satisfeito (a não ser a oposição) com o mero afastamento de Sarney para outro oligarca político demo-tucano lidar com a corrupção do jeito que sempre fizeram: jogar um perfuminho por cima da sujeira, para encobrir o mau cheiro do Senado, sob amplo aplauso cínico da imprensa, como se a moralidade estivesse restabelecida.

Como ninguém acredita que os Senadores terão a grandeza de dissolverem essa legislatura, renunciando coletivamente (do senador ao último suplente) para convocar novas eleições, como acontece no parlamentarismo quando há crises, o melhor que se pode fazer é exigir o mesmo rigor que está se exigindo de Sarney, dos demais membros da facção rival.

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