sábado, 30 de maio de 2009

Tarifas de pedágios Serão reajustadas acima de 3,6%

SÃO PAULO - As tarifas de pedágio nas estradas paulistas ficarão mais caras a partir de 1º de julho. Serão aumentos com base em dois índices. Nos contratos feitos em 1998, o reajuste é calculado pelo IGP-M/FGV e ficará em torno de 3,6397%, acumulado entre junho de 2008 e maio de 2009, que ainda não está fechado. Já nos contratos com as empresas que administram o Rodoanel e os cinco lotes leiloados neste ano - D.Pedro I, Raposo Tavares norte, Marechal Rondon oeste e leste, Ayrton Senna/Carvalho Pinto - será empregado o IPCA/IBGE, que no mesmo período acumulou 4,7065%.



De acordo com a Agência Reguladora de Serviços Públicos de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), os reajustes são previstos em contrato e são automáticos. O aumento é aplicado sobre a tarifa quilométrica dos pedágios, base tarifária igual para todas as rodovias concedidas do Estado, exceto o Rodoanel. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

sábado, 23 de maio de 2009

PSDB

Serra nega ter feito acordo com Aécio sobre 2010

DE BUENOS AIRES

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), negou acordo com o colega de Minas Gerais, Aécio Neves, para que o mineiro seja seu vice na disputa pela Presidência em 2010.
"Não houve nada, nunca conversamos sobre esse assunto", afirmou Serra ao deixar ontem a Casa Rosada (sede do governo argentino), em Buenos Aires, onde se reuniu por uma hora e meia com a presidente Cristina Kirchner.
O tucano voltou a criticar a antecipação do calendário eleitoral. Disse estar "concentrado" em sua gestão e que a antecipação "não ajuda" a enfrentar a crise econômica. "Minha vontade política agora é governar bem São Paulo. No ano que vem nós vemos", disse Serra.
O governador afirmou que passará o final de semana em Buenos Aires para visitar amigos, como o economista Roberto Frenkel. Sobre o encontro com Cristina, disse que retribuía visita que a presidente argentina lhe fizera em março, em São Paulo.
"Foi uma conversa muito amena, reforçando a importância da união Brasil-Argentina. Temos uma relação muito boa."
O governo de Cristina enfrenta em 28 de junho uma eleição crucial, que vai renovar metade dos deputados e um terço do Senado. Com a popularidade em baixa desde o conflito com o setor rural, o governo joga suas cartas na votação, que foi adiantada em quatro meses.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Governador de TO é suspeito de usar verba para comprar presente

Ex-assessora fez denúncia à PF; para governo, acusação não tem cabimento

CRISTIANO MACHADO
COLABORAÇÃO PARA A AGÊNCIA FOLHA, EM PALMAS (TO)

Documentos entregues pela ex-assessora do governo do Tocantins Angela Costa Alves à Polícia Federal contêm indícios de que dinheiro público foi usado para comprar presentes para, entre outros, a mulher do governador Marcelo Miranda (PMDB), Dulce Miranda.
Além disso, há uma lista de beneficiários de um programa assistencial do governo que, segundo ela, receberam dinheiro em troca de votos na campanha de reeleição de Miranda, em 2006. Ele já responde a processo no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) acusado de compra de voto e conduta vedada a agente público na eleição.
Cópias de talões de requisições de materiais e serviços da seção de compras do gabinete de Miranda, além de notas fiscais de fornecedores, que estão em poder da PF e aos quais a Folha teve acesso, relacionam compras de ternos, gravatas e calças de grife, joias, vinhos, buquês de flores e chocolates.
Entre as requisições está a 05079, sem data e com a discriminação "joia presente", no valor de R$ 6.000. Segundo o depoimento de Angela à PF, cuja cópia foi obtida pela reportagem, houve uma ordem de Miranda para que ela comprasse uma joia para a mulher, para comemorar o aniversário de casamento do casal, quando foram gastos os R$ 6.000.
Ela também cita a compra, em 2005, de um faqueiro de prata de R$ 4.600, com verba pública. Em notas entregues à PF, há requisições de R$ 148,70 a R$ 20,8 mil para compras de roupas e flores em Palmas.
No depoimento à PF, Angela disse que o programa "Governo Mais Perto de Você", criado em 2005 com o objetivo de levar serviços de saúde a moradores de cidades do Estado, "consiste em beneficiar pessoas do povo com dinheiro público". "Eram feitas doações de dinheiro em espécie para a população que participava do programa, como forma de compra de voto".
A ex-assessora entregou à PF um relatório de atendimento do programa realizado em Ananás (520 km de Palmas). Na ficha há uma relação de 98 pessoas atendidas no dia 29 de abril de 2006. Há também cópias de recibos de pagamentos de R$ 50 a R$ 380.
O programa é citado no parecer do procurador eleitoral Francisco Xavier Pinheiro Filho, que recomenda a cassação do diploma do governador.
Angela afirma que o próprio governador ofereceu R$ 300 mil para ela "se calar". Ela não foi localizada pela reportagem.
Em nota, o secretário de Comunicação do governo, Sebastião Vieira de Melo, afirma que as declarações da ex-assessora são "caluniosas e não apresentam qualquer fundamento". Diz que são "práticas exercidas pela própria depoente" e "sem qualquer comprovação" de que houve "anuência do governo". A reportagem não conseguiu falar com o governador nem com a primeira-dama.

Olha o Paulo Henrique Amorim correto na sua Analise no Conversa Afiada

Este Blog tambem compartilha da idéia e analise feita pelo jornalista PHA de que Aécio jamais seria vice de Serra.Na verdade, isso seria mais uma expressa da vontade do jornal Folha de São Paulo que gostaria que essa aliança torna-se concreta. Mas Aécio poderia encerra seu sonho de ser presidente do Brasil. Portanto, este Blog duvida dessa noticia como muitas outras que de certo virão.

Aécio não será vice de Serra.
Serra tem 68 anos; Aécio, 50



Aécio não será vice de Serra.

Primeiro, Aécio não leva Fernando Henrique a sério.

Aécio tem de Fernando Henrique a opinião que tinha o avô, Tancredo: esse homem (Fernando Henrique) não é sério.

Segundo, porque só um parvo acreditaria numa divisão de poder com Serra.

Aliás, só um parvo acredita no que Serra diz.

O Alckmin sabe disso …

Se a chapa vencesse, Aécio seria encarcerado no Palácio Jaburu e não iria nem à posse do presidente de Sri Lanka para representar o Brasil.

Terceiro, porque, se perder (que é o que acontecerá, já que o Vesgo do Pânico tem mais chance de ser presidente do que Serra), se perder, Aécio passará quatro anos a ver navios.

Ele jamais seria convidado para ser editorialista da Folha (*).

Quarto, quem disse que a vitória de Dilma significará o
ostracismo político de Aécio ?

Significará o ostracismo político dos tucanos de São Paulo, de FHC, de Arthur Virgilio, Tasso Jereissati, Álvaro Dias e Sérgio Guerra, que querem privatizar o pré-sal.
A eleição de Dilma pode, perfeitamente, ajudar os projetos de Aécio.

Quinto, ao se eleger Senador por Minas, Aécio é inevitavelmente candidato à Presidência do Senado, com o apoio da presidente Dilma Rousseff.

Por que Aécio seria candidato a vice ?

Sexto, Serra tem 68 anos. Aécio tem 50. Quem está desesperado para ser presidente é o Serra.

Serra é quem precisa de Aécio.

Mas, Serra será devidamente “serrado” em Minas, como Cristiano Machado foi “cristianizado”.

Como diz um amigo meu, esses jornalistas de São Paulo precisavam entender um pouco mais de Minas …

Eles levam o Fernando Henrique a sério.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Tucanos cogitam rifar Yeda e apoiar PMDB

Partido articula apoio ao prefeito José Fogaça na disputa estadual como opção a naufrágio da candidatura tucana à reeleição

Aliança ajudaria ainda a compor o projeto tucano de formar palanques regionais com o PMDB para fortalecer seu candidato ao Planalto

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA (PB)

O PSDB já prepara um "plano B" eleitoral para o caso de o governo de Yeda Crusius (PSDB-RS) naufragar em meio às denúncias do seu envolvimento e de assessores importantes com a suposta utilização de caixa dois na campanha.
A Folha apurou que, se as denúncias inviabilizarem eleitoralmente uma eventual tentativa de reeleição de Crusius, os tucanos poderão apoiar o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB).
Fogaça faz parte do grupo dos chamados "autênticos" do PMDB. Ele chegou a integrar o PPS, mas retornou à legenda em 2007 para disputar a eleição municipal. Sua ficha foi abonada pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS), outro peemedebista "histórico".
O eventual apoio ao prefeito teria o apoio do grupo ligado ao governador de São Paulo, José Serra, e atenderia ainda a outro objetivo do PSDB, que é o de formar alianças regionais com o PMDB para fortalecer seu candidato à Presidência nos Estados e diminuir o palanque governista, mesmo na hipótese de uma aliança formal nacional entre PT e PMDB.
Reunidos ontem em João Pessoa para discutir as políticas sociais do atual governo, lideranças do PSDB e do DEM mantiveram o discurso de apoio a Yeda.
"O PSDB vai exigir, vai acompanhar o processo e as investigações. Vamos tomar uma posição a partir disso. Não vamos prejulgar nada", disse o presidente nacional do partido, senador Sérgio Guerra (PSDB-PE). "Acho que ela está fazendo um governo muito corajoso."
Guerra disse que soube da existência das novas denúncias contra Crusius na sexta-feira, por meio de um telefonema da própria governadora.
Segundo a revista "Veja", gravações feitas pelo empresário Lair Ferst, um dos coordenadores de campanha estadual do PSDB, em 2006, mostrariam que as empresas de fumo Alliance One e CTA-Continental entregaram R$ 400 mil "por fora" no segundo turno, o que elas negam.
Para o presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), o caso Yeda "tem muita espuma". "Todo cuidado é pouco", disse ele, sobre a possibilidade de deputados estaduais do partido apoiarem a criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para apurar as denúncias.
"A decisão é da bancada estadual, dos deputados, mas eu alerto que não podemos fazer nenhum tipo de ação que sirva de escada para o PT", declarou.
"Não podemos ser trampolim para o PT nem sermos instrumentos de Tarso Genro [PT]", afirmou Maia -o ministro da Justiça declarou ser pré-candidato do partido ao governo gaúcho no ano que vem.
Convidado especial ao seminário tucano, Aécio Neves, governador mineiro e pré-candidato à Presidência, disse: "O que vejo no Rio Grande do Sul, infelizmente, é que a radicalização tem prevalecido sobre a busca de um convívio entre governo e oposição um pouco mais equilibrado".
Aécio foi recebido em clima de campanha eleitoral no evento, o primeiro promovido pelo partido para debater prioridades de ação num eventual governo tucano. Serra foi representado pelo secretário da Educação de São Paulo, Paulo Renato Souza.

Colaborou a Reportagem Local

domingo, 10 de maio de 2009

Yeda Crusius é acusada de fazer caixa 2, diz revista

PORTO ALEGRE - Reportagem publicada na edição da revista "Veja" desta semana denuncia a prática de caixa dois pela governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB). Conforme a publicação, Carlos Crusius, o marido da governadora na época da campanha eleitoral teria recebido, logo após a eleição de Yeda, a quantia de R$ 400 mil de duas fabricantes de cigarro. O dinheiro teria sido utilizado no pagamento de contas pessoais do casal e na compra de uma casa em bairro nobre de Porto Alegre. A denúncia, segundo a "Veja", aparece em uma gravação feita por Lair Ferst, antigo aliado tucano, parte fundamental na campanha de Yeda ao Piratini e réu em processo sobre fraude milionária do Departamento Estadual de Trânsito do Rio Grande do Sul (Detran-RS).



A revista informa que teve acesso a 90 minutos de um total de 10 horas gravadas de conversas de Ferst com Marcelo Cavalcante, ex-representante do Palácio Piratini em Brasília. Nos diálogos, Cavalcante demonstra intimidade com Ferst, que ajudou a captar recursos para a campanha de Yeda, em 2006. Conforme a reportagem, uma agência de publicidade da capital gaúcha teria financiado passagens aéreas, recepções e outros benefícios aos integrantes da cúpula de campanha. Atualmente, a empresa presta serviço de marketing ao governo estadual.



A viúva de Cavalcante, Magda Koegnikan, afirmou que é verdadeiro o conteúdo das gravações feitas por Ferst e disse que o próprio Marcelo relatou a ela os fatos. As gravações, que estariam em poder do Ministério Público Federal, teriam sido entregues por Ferst "para provar que os responsáveis pelos desvios no Detran eram integrantes do governo Yeda, e não ele".



Magda contou que, ao saber da intenção de Ferst, Cavalcante entrou em depressão e começou a beber. Em 17 de fevereiro, já exonerado do governo Yeda por suspeita de participação na fraude do Detran e lotado como assessor do gabinete do deputado federal Cláudio Diaz (PSDB-RS), Cavalcante foi encontrado morto, boiando no Lago Paranoá, em Brasília. Inquéritos da Polícia Civil apontam probabilidade maior de suicídio.



A governadora Yeda Crusius se pronunciou na manhã de hoje no Palácio Piratini. Aparentando calma, ela desqualificou as fontes da revista e disse que se trata de "mais um capítulo da mesma novela, com os mesmos personagens", fazendo referência a Lair Ferst e ao vice-governador Paulo Feijó (DEM). Yeda negou a existência de irregularidades, atacou a inexistência de provas e criticou as atitudes de Ferst e Magda. "Como uma pessoa grava um amigo dessa forma. Eu desqualifico as fontes desta entrevista. O Marcelo está morto, ela (Magda) não pode falar por ele", afirmou. As empresas citadas na reportagem também negaram qualquer irregularidade.



CPI

Os partidos de oposição reagiram aos novos fatos trazidos pela reportagem. O PSOL divulgou nota no site da deputada federal Luciana Genro (PSOL-RS). Ela estará ao lado do presidente estadual da sigla, Roberto Robaina, e do vereador de Porto Alegre, Pedro Ruas, para se manifestar sobre o caso em coletiva de imprensa na segunda-feira. A deputada estadual Stela Farias (PT) declarou que "os elementos apresentados reforçam a necessidade de instalação de CPI na Assembleia Legislativa para investigar o caso".

COMENTARIO DO BLOG


Reportagem publicada na edição da revista "Veja" desta semana denuncia a prática de caixa 2 pela governadora do RS Yeda Crusius .Mas por que será que a Revista dá tamanho desataque a noticia, já que caixa 2 faz parte do jogo sujo da política brasileira?
Na verdade, a imprensa tucana quer mesmo é sacrificar o cadáver para se livra do B.O. Enfim, se livra do problema logo de inicio para que no futuro o escândalo tucano do RS não atrapalhe Serra.

PSDB fará amanhã defesa do Bolsa-Família no Nordeste

SÃO PAULO - A mais de um ano da eleição presidencial de 2010, o PSDB começa a colocar em campo um contra-ataque no Nordeste com o objetivo de desfazer a imagem de que o partido é contra as políticas de transferência de renda, como o Bolsa-Família. Com um discurso de que são a favor da ampliação do programa e de que o Bolsa-Escola, implantado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ?foi a mãe do Bolsa-Família?, os tucanos pretendem defender a principal marca social do governo Luiz Inácio Lula da Silva, em seminário amanhã, na Paraíba.



A defesa do aperfeiçoamento, da manutenção e até da expansão do Bolsa-Família será a linha principal do encontro, do qual participarão parlamentares, governadores e prefeitos tucanos, além de lideranças do DEM e do PPS. Entre os dados que serão apresentados, há a estimativa de que até 2 milhões de famílias poderiam ser incorporadas ao programa, se a gestão fosse mais eficiente. ?Vamos assumir o que fizemos e discutir o que queremos. Vamos desmistificar essa questão de que o partido é contra essas políticas?, disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

Com o mote PSDB e as Políticas Sociais: Presente, Passado e Futuro, o partido quer reunir na mesa O Futuro das Políticas Sociais os pré-candidatos à Presidência. O governador Aécio Neves (MG) confirmou presença. A de José Serra (SP) está indefinida por questões de agenda. O Bolsa-Família foi criado no governo Luiz Inácio Lula da Silva como resultado da unificação dos programas Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação e Auxílio-Gás, que já existiam na gestão de FHC. Segundo avaliação dos tucanos, desde 2006, quando Geraldo Alckmin disputou a Presidência, ficou a imagem no Nordeste de que o PSDB é contra os programas de transferência de renda. Essa política é apontada por especialistas como um dos pontos que mais ajudaram Lula a se reeleger.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ciro Gomes e o factóide das passagens aéreas"



comentario do Blog

veja o post abaixo e reparem como os jornalistas estão furiosos com Lula



FERNANDO DE BARROS E SILVA

O Novo Estado de Lula

SÃO PAULO - Para um governo que se empenha em misturar pão e circo, as comemorações do 1º de Maio cumpriram a sua parte: entre shows e sorteios, sobraram palavras de elogio ao Estado nos eventos das centrais sindicais. Justo.
Em 2008, elas receberam só de imposto sindical quase R$ 150 milhões livres de qualquer fiscalização (10% do que foi descontado de forma compulsória do trabalhador) -uma inovação do lulo-getulismo.
Foi-se o tempo em que a CUT brigava para libertar o sindicalismo da tutela estatal e a Força pregava contra ideologização da pauta trabalhista pelo PT. Hoje estão unidas e satisfeitas sob o mesmo guarda-chuva, usufruindo o peleguismo de resultados. Reclamar do quê?
Quem aproveitou para reclamar no 1º de Maio foi Lula, mas da "hipocrisia" dos que se levantam contra o descalabro do Legislativo. E por que decidiu comprar essa briga, desqualificando a justa indignação do público? Defesa da democracia?
Antes fosse. Lula ouviu um apelo dos amigos José Sarney e Michel Temer, segundo quem a pressão popular por compostura está deixando muita gente insatisfeita no Congresso e isso cria riscos para o Planalto. Afinal, quem quer uma CPI da Petrobras, por exemplo?
Uma mão suja a outra, por assim dizer. Os eventos do 1º de Maio nos dão um retrato polaroid do lulismo.
Não se trata só de cooptação e aliciamento. Este é o governo do arrastão. De Sarney a Paulinho, do Congresso aos sindicatos, dos usineiros ("heróis nacionais") ao MST, dos banqueiros à massa miserável do Bolsa Família, dos empreiteiros (que ressuscitaram) às ONGs que beliscam as bordas do Estado -todos parecem participar da nova comunhão nacional, uma espécie de "CarnaLula" que prescinde de regras claras e tripudia da moral.
Pai dos pobres, mãe dos ricos. Só por preguiça mental ou má-fé alguém ainda chama isso de esquerda. Reinvenção do patrimonialismo com ganhos sociais, esse arremedo do getulismo tem data de vencimento e alto custo institucional. Quem é que vai pagar a conta?



NOBLAT

A cara do cara

"Ainda vou criar o Dia da Hipocrisia", debochou Lula do auê em torno do uso ilegal por parlamentares de passagens aéreas pagas pelo Congresso.

Tolice.

O “Dia da Hipocrisia” é todo dia. E Lula, que chegou ao poder apontando o Congresso como reduto de 300 picaretas, é forte candidato a sair de lá como um caro símbolo da hipocrisia nacional.

Fernando Henrique Cardoso não sugeriu certa vez que esquecessem parte do que escrevera no passado?

Pois bem: ou Lula retira sua famosa crítica aos picaretas do Congresso que “só pensam nos seus próprios interesses” ou escuta calado que ficou com a cara deles.

O poder cobra um preço alto aos que o exercem.

Para governar, Lula escolheu se aliar aos picaretas do Congresso, satisfazer seus desejos e até a sair em sua defesa. Foi o que fez novamente na semana passada sem trair o menor sinal de vergonha.

Depois de o Senado e da Câmara dos Deputados reconhecerem que a esbórnia por lá estava demais, e de anunciarem algumas providências para contê-la, surgiu Lula a destilar um monte de sandices.

A primeira, por esperteza, a seu favor: “Não acho um crime um deputado dar uma passagem para um dirigente sindical ir a Brasília”. Ele já deu.

A segunda em favor dos seus sócios: “Graças a Deus, nunca levei nenhum filho meu para a Europa. Mas um deputado levar a mulher para Brasília, qual é o crime”?

O crime é o seguinte, presidente. No Direito Privado, tudo o que a lei não proíbe pode ser feito. No Direito Público, só pode ser feito o que a lei expressamente permite.

E a lei não permite o uso por particulares de passagens aéreas fornecidas pelo Congresso a senadores e deputados para viagens regulares entre Brasília e seus Estados – com uma passadinha no Rio de Janeiro, é claro, que ninguém é de ferro.

Quem paga as passagens somos nós, pagadores de impostos.

Entendeu, presidente? Ou quer que desenhe?

Pouco importa que o desrespeito à lei fosse antigo.

A antiguidade não desidrata o desrespeito nem absolve o crime cometido.

Senadores e deputados se dizem perplexos com a reação da sociedade às suas velhacarias.

Coitadinhos... Morro de pena deles.

Não se deram conta a tempo de que a sociedade está mudando - mais devagar do que seria desejável, mas está. E que agora presta atenção ao que antes desprezava.

Levem a internet a sério, seus estúpidos. Metade – ou mais - dos brasileiros está ligada nela.

Lula assegurou seu lugar na História por uma série de bons motivos.

Evitou inovar em matéria de política econômica. O país cresceu. Pos os pobre em definitivo na agenda nacional. E se conformou com os dois mandatos consecutivos previstos na Constituição.

Mas é fato que também passará à História por ter sido um presidente tolerante, relapso e até mesmo cúmplice em episódios que só serviram para aviltar a política e seus principais atores.

Exemplos?

Poupem-me. Eles existem a mancheias.