segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ciro Gomes e o factóide das passagens aéreas"



comentario do Blog

veja o post abaixo e reparem como os jornalistas estão furiosos com Lula



FERNANDO DE BARROS E SILVA

O Novo Estado de Lula

SÃO PAULO - Para um governo que se empenha em misturar pão e circo, as comemorações do 1º de Maio cumpriram a sua parte: entre shows e sorteios, sobraram palavras de elogio ao Estado nos eventos das centrais sindicais. Justo.
Em 2008, elas receberam só de imposto sindical quase R$ 150 milhões livres de qualquer fiscalização (10% do que foi descontado de forma compulsória do trabalhador) -uma inovação do lulo-getulismo.
Foi-se o tempo em que a CUT brigava para libertar o sindicalismo da tutela estatal e a Força pregava contra ideologização da pauta trabalhista pelo PT. Hoje estão unidas e satisfeitas sob o mesmo guarda-chuva, usufruindo o peleguismo de resultados. Reclamar do quê?
Quem aproveitou para reclamar no 1º de Maio foi Lula, mas da "hipocrisia" dos que se levantam contra o descalabro do Legislativo. E por que decidiu comprar essa briga, desqualificando a justa indignação do público? Defesa da democracia?
Antes fosse. Lula ouviu um apelo dos amigos José Sarney e Michel Temer, segundo quem a pressão popular por compostura está deixando muita gente insatisfeita no Congresso e isso cria riscos para o Planalto. Afinal, quem quer uma CPI da Petrobras, por exemplo?
Uma mão suja a outra, por assim dizer. Os eventos do 1º de Maio nos dão um retrato polaroid do lulismo.
Não se trata só de cooptação e aliciamento. Este é o governo do arrastão. De Sarney a Paulinho, do Congresso aos sindicatos, dos usineiros ("heróis nacionais") ao MST, dos banqueiros à massa miserável do Bolsa Família, dos empreiteiros (que ressuscitaram) às ONGs que beliscam as bordas do Estado -todos parecem participar da nova comunhão nacional, uma espécie de "CarnaLula" que prescinde de regras claras e tripudia da moral.
Pai dos pobres, mãe dos ricos. Só por preguiça mental ou má-fé alguém ainda chama isso de esquerda. Reinvenção do patrimonialismo com ganhos sociais, esse arremedo do getulismo tem data de vencimento e alto custo institucional. Quem é que vai pagar a conta?



NOBLAT

A cara do cara

"Ainda vou criar o Dia da Hipocrisia", debochou Lula do auê em torno do uso ilegal por parlamentares de passagens aéreas pagas pelo Congresso.

Tolice.

O “Dia da Hipocrisia” é todo dia. E Lula, que chegou ao poder apontando o Congresso como reduto de 300 picaretas, é forte candidato a sair de lá como um caro símbolo da hipocrisia nacional.

Fernando Henrique Cardoso não sugeriu certa vez que esquecessem parte do que escrevera no passado?

Pois bem: ou Lula retira sua famosa crítica aos picaretas do Congresso que “só pensam nos seus próprios interesses” ou escuta calado que ficou com a cara deles.

O poder cobra um preço alto aos que o exercem.

Para governar, Lula escolheu se aliar aos picaretas do Congresso, satisfazer seus desejos e até a sair em sua defesa. Foi o que fez novamente na semana passada sem trair o menor sinal de vergonha.

Depois de o Senado e da Câmara dos Deputados reconhecerem que a esbórnia por lá estava demais, e de anunciarem algumas providências para contê-la, surgiu Lula a destilar um monte de sandices.

A primeira, por esperteza, a seu favor: “Não acho um crime um deputado dar uma passagem para um dirigente sindical ir a Brasília”. Ele já deu.

A segunda em favor dos seus sócios: “Graças a Deus, nunca levei nenhum filho meu para a Europa. Mas um deputado levar a mulher para Brasília, qual é o crime”?

O crime é o seguinte, presidente. No Direito Privado, tudo o que a lei não proíbe pode ser feito. No Direito Público, só pode ser feito o que a lei expressamente permite.

E a lei não permite o uso por particulares de passagens aéreas fornecidas pelo Congresso a senadores e deputados para viagens regulares entre Brasília e seus Estados – com uma passadinha no Rio de Janeiro, é claro, que ninguém é de ferro.

Quem paga as passagens somos nós, pagadores de impostos.

Entendeu, presidente? Ou quer que desenhe?

Pouco importa que o desrespeito à lei fosse antigo.

A antiguidade não desidrata o desrespeito nem absolve o crime cometido.

Senadores e deputados se dizem perplexos com a reação da sociedade às suas velhacarias.

Coitadinhos... Morro de pena deles.

Não se deram conta a tempo de que a sociedade está mudando - mais devagar do que seria desejável, mas está. E que agora presta atenção ao que antes desprezava.

Levem a internet a sério, seus estúpidos. Metade – ou mais - dos brasileiros está ligada nela.

Lula assegurou seu lugar na História por uma série de bons motivos.

Evitou inovar em matéria de política econômica. O país cresceu. Pos os pobre em definitivo na agenda nacional. E se conformou com os dois mandatos consecutivos previstos na Constituição.

Mas é fato que também passará à História por ter sido um presidente tolerante, relapso e até mesmo cúmplice em episódios que só serviram para aviltar a política e seus principais atores.

Exemplos?

Poupem-me. Eles existem a mancheias.

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