quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Serra diz que enchente em SP é "culpa da natureza que se rebela"

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), culpou a natureza pelo caos ocorrido em São Paulo nesta terça-feira (8) em decorrência das chuvas. "É culpa da natureza que se rebela. Temos que rezar para que isso não se repita", disse o governador em entrevista nesta quarta. Citando reportagem publicada na Folha hoje, Serra afirmou que as enchentes e os alagamentos são "efeitos negativos inevitáveis das 24 horas em que mais choveram desde 1963" em uma cidade de solo bastante impermeabilizado.
De acordo com a reportagem, São Paulo registrou o maior volume de chuva em um período de 24 horas desde que a medição começou a ser feita, em 1963 --segundo projeção feita ontem pelo Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) para o acumulado de chuva entre as 9h de ontem e as 9h de hoje.
Sobre as obras de ampliação da marginal Tietê, o governador afirmou que não acha que elas tenham tido influência no transbordamento do rio, ocorrido ontem.
"As obras não tiram 1m2 de permeabilidade do solo. Todas as árvores que foram retirada dali [dos canteiros da marginal para a construção de novas faixas] foram plantadas em outro local, inclusive em maior número", disse.
Sobre a proposta do professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) Roberto Watanabe, que afirmou à Folha que as marginais não deviam existir, Serra respondeu com ironia. "Destruir as marginais? E o pessoal vai andar de burrinho para ir até Guarulhos? As marginais são uma realidade. Se o tempo voltasse para 50 anos atrás poderíamos ter prevenido, em termos ideais tudo poderia ter sido prevenido se a história pudesse ser refeita", disse.
O governador disse ainda que sua gestão é a que mais investe em transporte de trilhos, que é a "mais permeabilizadora das opções de transporte". Serra afirmou ainda que obras novas, como o Rodoanel, são "impecáveis" no aspecto ambiental. "Não há governo com mais preocupação ambientalista que o nosso", disse.
Ontem, a chuva que atingiu o Estado causou três mortes, sendo duas na cidade de São Paulo. Em Osasco (Grande São Paulo) --onde uma pessoa morreu-- os bombeiros ainda procuram três crianças que desapareceram após um deslizamento de terra

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